quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Cardozo: ‘Lula tem todo o direito de não gostar de mim’

Acusado de não ter controle sobre a Polícia Federal, o ministro rebate críticas e diz que não impedir ou orientar as investigações da PF não é defeito, “é uma virtude, um dever”


Elza Fiúza/Agência Brasil
Ministro afirma que nunca recebeu críticas diretamente o ex-presidente Lula
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se defendeu das críticas que vem sofrendo de alguns setores do PT. Acusado de não ter controle sobre a Polícia Federal, o ministro questiona: “o que é controlar a PF? Seria impedir que ela fizesse as investigações com liberdade, seria orientar investigações? Isso não faço mesmo e não acho um defeito. É uma virtude, um dever. Não controlar é não punir abusos? Qualquer abuso que me chegou, tomei as medidas corretas. Não me parece que tem qualquer procedência essa crítica”, argumenta Cardozo.
As críticas são decorrentes das ações da PF nas operações Lava Jato e Zelotes, que motivaram inquéritos e denúncias contra ministros, lideranças do PT e de siglas da base aliada. No último dia 26, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na empresa do um dos filhos do ex-presidente Lula, Luís Cláudio Lula da Silva, investigado na Operação Zelotes. José Eduardo Cardozo disse que pediu esclarecimentos à PF para saber se houve excessos ou “algum desmando” na ação. O ministro afirma que tem “uma profunda admiração” por Lula, e que nunca recebeu críticas diretamente do ex-presidente. “Mas Lula tem todo o direito de não gostar de mim”, avalia.
Para Eduardo Cardozo, o trabalho desempenhado pela chefia de uma pasta como o Ministério da Justiça é, invariavelmente, desgastante. O petista conta que perdeu amizades e conquistou inimigos dentro e fora do partido. “Se você quer, na vida política, se comportar dentro dos princípios do estado de direito, se prepare para ter inimigos e perder amigos”, atesta.
Em relação à sua permanência no comando da pasta, Cardozo negou que tenha entregado o cargo para a presidente Dilma Rousseff, e que nunca discutiu prazos para encerrar seu trabalho no ministério. “Aqui permaneço enquanto a presidente quiser e enquanto eu achar que posso contribuir com o projeto”, declarou.

Veja a entrevista completa no jornal Folha de São Paulo

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