segunda-feira, 30 de junho de 2014

Dirceu dribla função de emprego para evitar cadeia




             

O emprego de organizador de biblioteca num escritório de advocacia para o ex-ministro José Dirceu foi um drible necessário para que o apenado saísse da cadeia em regime semiaberto. Dirceu é advogado, poderia trabalhar como tal, mas corre risco de perder a qualquer momento o registro na Ordem dos Advogados do Brasil. É que a OAB-SP abriu processo administrativo para analisar se cassa ou não a carteirinha de Dirceu, por ser condenado em ação penal e cumprir pena.
OU SEJA
Se trabalhar como advogado – além de ir contra os princípios da Ordem – Dirceu poderia voltar para a cela de imediato se a OAB eventualmente decidir cassar o registro.
Leia a íntegra da coluna aqui

sexta-feira, 27 de junho de 2014

CAMAÇARI : Prefeitura precisa de vários Gatos de Kazan

ESPAÇO DO   LEITOR
VIEIRINHA..........POR EMAIL









" Diante de tantos problemas de CORRUPÇÃO, NEPOTISMO e outras mazelas na Prefeitura de Camaçari, sugiro que espalhem dezenas de GATOS DE KAZAN, para comerem os RATOS que estão instalados nos diversos gabinetes"




* A HISTÓRIA
Uma das muitas estórias de Kazan prende-se com o mundo dos felinos. Consta que em 1775, Catarina II foi até Kazan e durante a sua estadia constatou que não havia ratos na cidade porque os gatos os exterminavam. De volta à sua residência em S. Petersburgo, Catarina II decretou que os mais belos gatos de Kazan fossem remetidos à Corte, sendo que mais de duas centenas de gatos rumaram de Kazan até S. Petersburgo. Há, porém, quem atribua esse decreto à Imperatriz Elisabete uns anos antes, em 1745.

Independentemente de quem tenha partido o decreto, certo é que assim surgiu o lendário gato de Kazan, a partir daí tantas vezes representado em gravura Lubok, uma espécie de arte gráfica popular e barata feita na Rússia nos séculos 18 e 19.

Aliás, diz-se mesmo que ao longo dos tempos o espólio de um dos maiores museus do mundo – o Hermitage, em S. Petersburgo – foi protegido dos roedores por um verdadeiro exército de gatos. E actualmente o mesmo acontece, contando com cerca de cinquenta gatos que hoje já não andam propriamente à caça de ratos... mas, dada a tradição, os felinos mantém-se presenças habituais pelo edifício, confirme-se aqui.
toudeolhoemademar13.blogspot.com

quarta-feira, 25 de junho de 2014

CAETANO DE CAMAÇARI FALA ABOBRINHAS EM CACHOEIRA

ESPAÇO DO LEITOR
Gabriel de Camaçari...... por email
FALA  BOQUIRROTOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

O BLOG toudeolhoemademar13.blogspot.com ,  garante  o direito de resposta as pessoas  citadas na reportagem,  email para  envio : toudeolhoemademar13camacari@ig.com.br




Caetano destaca conquistas baianas durante comemorações em Cachoeira


"A Bahia continua vencendo lutas importantes, graças ao governo comprometido com o seu povo". A afirmação é do pré-candidato a deputado federal, Luiz Caetano, nesta quarta-feira (25), durante as comemorações dos 192 anos da libertação de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, sob o domínio de Portugal, e que resultaram na independência da Bahia, celebrada no dia 2 de julho.
Para Caetano a data é um marco importante na história do Brasil e que deve ser lembrado juntamente com as melhorias contínuas, proporcionadas à população baiana. "Nos libertamos dos colonizadores há quase duzentos anos e estamos nos libertando também das amarras do passado, de governos que não fizeram pelo povo. Basta olhar a Bahia de antes e para Bahia de hoje. Avançamos significativamente na saúde, na educação, na melhoria da qualidade de vida, levamos água, luz, construímos estradas, principalmente no interior. Incrementamos a mobilidade urbana da capital com a entrega do metrô, mas queremos mais. Por isso prosseguir com o processo de transformação é fundamental a reeleição de Dilma e as eleições de Rui para governador e Otto senador".
Na ocasião, quando a cidade de Cachoeira se torna a sede do governo, através de um decreto assinado pelo governador Jaques Wagner, o município recebeu o Cine-Theatro Cachoeirano totalmente recuperado. Wagner anunciou ainda a requalificação do atracadouro da Baía de Iguape no Paraguaçu, a reforma do mercado municipal e o início das obras de pavimentação da BA-511
Fonte Portal de Abrantes 
Assessoria Caetano
toudeolhoemademar13.blogspot.com

ELEIÇÕES – O POVO NÃO VAI SUPORTAR FRAUDE!



 


Após o tiro no pé que o governo se aplicou divulgando os resultados comprados no Ibope, que davam vitória à Dilma, e a pesquisa do SBT com mais de duas mil pessoas colocando Aécio Neves em primeiro lugar na preferência do eleitorado, Eduardo Campos em segundo e Dilma Rousseff em terceiro, ele, o governo, não teve outra saída se não jogar a toalha e admitir que haverá segundo turno, sim. Pelo menos foi o que ficou bem claro naquele pronunciamento do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) logo após as vaias na abertura da Copa.

Não precisa ser expert em política para entender que o PT, nas palavras do referido ministro está armando alguma (mais uma...).
Mas o povo já está escaldado e desconfia de tudo que vem do PT... E a conclusão é uma só: se Dilma se reeleger no primeiro turno ficará óbvio que houve FRAUDE nas urnas, ainda mais após o ministro Toffoli ter proibido o teste das urnas eletrônicas. Proibiu por quê? O povo tem o direito de saber tudo o que se passa nos bastidores, e só confiará nas urnas se estas estiverem 100% confiáveis – o que já se provou por A mais B ser impossível, exigindo, portanto, a volta do voto em papel, recontável.

Então, que fique tudo muito bem explicado: HAVENDO FRAUDE, o povo certamente irá às ruas exigir a anulação do pleito e a inelegibilidade de Dilma Rousseff. A população não está mais fazendo papel de vaquinha de presépio – Junho 2013 mostrou isto claramente, e o sangue está ainda mais quente com essa história toda de “padrão FIFA” para os diletos e miséria para o resto da nação. E a total ausência dos parlamentares diante desses fatos atiçou ainda mais a fogueira da revolta. Estamos a um passo de partirmos para uma luta de rua contra tudo e todos que por má ventura venham defender este governo inescrupuloso que aí está. Se não tivermos armas, iremos com paus e pedras, mas, com certeza não nos deixaremos ludibriar mais uma vez por esta patuscada fascista que se aboletou na presidência da república!

POR UM BRASIL DIGNO E HONRADO!

Saudações auriverdes,
Osmar Rezende

terça-feira, 24 de junho de 2014

Aleluia detona Governador Wagner

ESPAÇO DO LEITOR
Gabriel de Camaçari.................por email


"Bahiafarma de Wagner é cemitério de Sucupira" :
"O governador Jaques Wagner vai inaugurar o cemitério de Sucupira?", questiona o presidente estadual do DEM, José Carlos Aleluia; ele ironiza anúncio de inauguração da Bahiafarma pelo governador Jaques Wagner, marcada para quinta-feira (26); "Assim como o cemitério da fictícia cidade onde se desenrola as histórias de 'O Bem Amado'", obra do dramaturgo baiano Dias Gomes que virou novela de grande sucesso na Rede Globo, "a Bahiafarma já teve várias inaugurações marcadas e até hoje nada"

23 de Junho de 2014 às


domingo, 22 de junho de 2014

PEPINO : PR adia convenção e é a nova ameaça à base aliada de Dilma

ESPAÇO DOLEITOR
Gabriel de Camaçari...........por email




           :
Convenção nacional do partido prorrogou até 30 de junho a definição sobre a coligação nacional; "Há uma certa divisão na sigla. E a ausência dos deputados pode ser uma demonstração disso", disse o senador Alfredo Nascimento (PR-AM), presidente nacional da legenda; ontem, no mesmo dia da convenção que oficializou a candidatura da presidente Dilma à reeleição, o PTB, de Benito Gama, comunicou a sua adesão ao PSDB, de Aécio Neves 




sexta-feira, 20 de junho de 2014

Dono da maior favela da América Latina, DF desembolsa só R$ 2,28 per capita em saneamento







 

ESGOTOS SOL NASCENTE P REPORTAGEM

Apenas 6% das casas da maior favela da América Latina, Sol Nascente, recebe tratamento de esgoto. A comunidade fica em Ceilândia, cidade satélite do Distrito Federal, unidade federativa que aplicou apenas R$ 6,3 milhões em Saneamento em 2013. Se dividido o valor pela população, pode-se dizer que o governo do Distrito Federal (GDF) desembolsou somente R$ 2,28 por habitante.
Em relação as despesas per capita, o governo do Distrito Federal é o sexto pior do Brasil que aplica em Saneamento. Apresenta melhor execução apenas do que Rio Grande do Norte, Goiás, Santa Catarina, Tocantins e Mato Grosso.
Se comparado tal gasto com outro estado de população similar aos 2,78 milhões do Distrito Federal, a falta de investimentos em Saneamento fica ainda mais evidente. O Mato Grosso do Sul é habitado por aproximadamente 2,59 milhões de pessoas, de acordo com a estimativa de 2013 do IBGE, e desembolsa R$ 7,00 per capita na função. Ao todo, foram R$ 18,1 milhões gastos com tratamento de esgoto no ano passado.
Nos primeiros dois meses deste ano, para a menina dos olhos de Niemeyer, foram desembolsados R$ 505,6 mil para Saneamento. Se esse gasto se mantiver linear, os investimentos em tratamento de esgoto para este ano podem ficar ainda mais baixos e, assim, irá de acordo com a tendência de decréscimo anual.
O governo alegou que os números dos gastos na função Saneamento não correspondem com as despesas executadas pela Companhia de Abastecimento e Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), que no ano passado investiu R$ 78,7 milhões. Os recursos, de acordo com o Governo do Distrito Federal (GDF), são arrecadados por diversas fontes nacionais e internacionais.
No entanto, os dados obtidos pelo Contas Abertas foram retirados do Relatório Resumido da Execução Orçamentária, encaminhado à Secretaria do Tesouro Nacional pelo próprio governo. Tais dados são referentes a Saneamento, que abarca todas as despesas do governo com a função em valores correntes.
Ainda, em relação a Sol Nascente, o governo afirmou que os trabalhos de implantação de novas redes de esgoto no local aguardava a regularização e licenciamento ambiental do assentamento. Segundo o GDF, algumas parcelas já foram liberadas para obras, mas uma grande parte permanece vedada para a execução de obras de infraestrutura.
Por fim, o governo disse que está arrecadando investimentos para o Programa Brasília Sustentável II, que prevê investimento de R$ 140 milhões, dos quais 55% será destinado à região em referência.
Os moradores da comunidade, contudo, já estão descrentes com as promessas do governo: “O fato é que, tudo que até agora foi iniciado, por razões diversas, não foi finalizado. É o famoso ‘mel na boca’. Promete, divulga, sai na foto, dá uma enrolada e vai embora,” disse o líder comunitário da Sol Nascente, Carlos Botani.
Enquanto isso, a Sol Nascente lidera como maior favela do Brasil com saneamento em apenas 6% das residências. Tal posicionamento foi reconhecido no ano passado, quando a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad), da Companhia de Planejamento do Distrito Federal, contabilizou 78.912 moradores na comunidade. E no último censo do IBGE, calculou-se 15.737 casas, em que apenas 991 eram ligadas a rede de esgoto.
Já o Rio de Janeiro, estado que concorreu a liderança da maior favela com o Distrito Federal, não apresenta os mesmos índices em relação ao tratamento de esgoto. De acordo com o Censo 2010 do IBGE, com 69.161 habitantes, a Rocinha possui cerca de 20 mil das 23 mil casas com tratamento de esgoto, isto é, 85%. Em 2013, o estado aplicou R$ 317 milhões em saneamento, ou R$ 19,36 per capita.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

MENSALÃO : sai de Barbosa para Barroso. ouvem-se urros de satisfação na PAPUDA

ESPAÇO DO  LEITOR
Gabriel de Camaçari................por email


O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, acaba de comunicar que se afastou da relatoria de todos os processos relacionados ao caso do mensalão. Além da ação penal já julgada pelo STF, Barbosa também era relator das execuções penais e recursos ligados ao cumprimento da sentença dos condenados pelo Supremo. O vice-presidente do STF, Ricardo Lewandowski, diante da decisão de Barbosa, determinou a redistribuição da ação do mensalão. E o novo relator sorteado foi o ministro Luis Roberto Barroso.

Barbosa está prestes a se aposentar no STF. Ele acusou os advogados de defesa de terem abandonado os argumentos jurídicos e passado a atuar politicamente e via manifestos, inclusive com insultos pessoais a ele, como ocorreu no caso da defesa de José Genoino.

A manifestação foi feita no processo que trata da execução penal do ex-presidente do PT, José Genoino. Barbosa deixou de analisar o pedido de prisão domiciliar da defesa e, comunicou que preferiu entrar com representação criminal contra Luiz Fernando Pacheco. Por conta disso, se afastou desse e dos demais processos.

CONFIRA A ÍNTEGRA DA DECISÃO

"Vários advogados que atuam nas execuções penais oriundas da AP 470 deixaram de se valer de argumentos jurídicos destinados a produzir efeitos nos autos e passaram a atuar politicamente, na esfera pública, através de manfiestos e até mesmo partindo para os insultos pessoais, via imprensa, contra este relator.

Este modo de agir culminou, na última sessão plenária do Supremo Tribunal Federal, em ameaças contra minha pessoa dirigidas pelo advogado do condenado José Genoino Neto, dr. Luiz Fernando Pacheco, OAB 146.449-SP, que, para tanto, fez uso indevido da tribuna, conforme se verifica nos registros de áudio e vídeo da sessão de 11 de junho de 2014.

Em consequência disso, formalizei representação criminal na data de ontem contra o mencionado causídico.

Assim, julgo que a atitude juridicamente mais adequada neste momento é afastar-me da relatoria de todas execuções penais oriundas a AP 470 e dos demais processos vinculados à mencionada ação penal, na forma do artigo 97 do CPP e 277 do RI STF”, disse Barbosa no processo da execução penal de Genoino.

Encaminhe-se os autos da AP 470 e de todos os processos a ela conexos ao vice-presidente desta Corte, para que proceda a livre redistribuição dos feitos" (O Globo)

terça-feira, 17 de junho de 2014

Coro de vaias acompanha LULA/DILMA

Artigo enviado pelo leitor...........por email



"Lula-Dilma-PT, hoje, só não são vaiados em ambientes estritamente controlados (leia-se: comícios do PT). Segundo o jornalista Vitor Vieira, numa fala recente na Rádio Vox, há uma situação inesperada, na qual Lula e Dilma não podem mais fazer qualquer tipo de aparição pública autêntica sob o risco de serem hostilizados e vaiados pelo povo, até mesmo em regiões consideradas pelo PT como seu “curral” eleitoral." Francis Lauer

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Congresso deveria fazer pacote anticorrupção, diz juiz


Surpreso com a ameaça de processo por seu livro sobre corrupção, Márlon Reis rebate deputados, nega ter feito generalizações e critica demora na reforma política. “Parlamento deveria ter anunciado medidas para debelar a compra de votos”
Marcello Casal Jr/ABr
Reis: “se houvesse apenas um eleito de forma corrupta, isso já deveria ser motivo para uma grave comoção social”
Um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa, o juiz eleitoral do Maranhão Márlon Reis virou alvo de uma série de críticas disparadas por deputados na última terça-feira (10), no plenário da Câmara. Na ocasião, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), anunciou que vai protocolar uma representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o magistrado por conta do livro O nobre deputado, a ser lançado oficialmente no dia 27 deste mês, em São Paulo (SP).
Em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, Márlon se diz surpreso com a tentativa de intimidação feita pelos deputados. “A partir das informações [apresentadas na reportagem e no livro] sobre parlamentares eleitos com compra de votos, a Câmara deveria ter anunciado medidas para evitar isso”, disse o juiz, um dos coordenadores do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).
A obra surgiu a partir de pesquisa para a tese de doutorado do juiz, que pretende apresentá-la ainda neste ano à Universidade de Zaragoza, na Espanha. A indignação dos deputados veio à tona por conta de uma reportagem baseada no livro e exibida no programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo (8).
No livro, o juiz usou um personagem fictício chamado Cândido Peçanha, um deputado corrupto e corruptor que se aproveita de um sistema eleitoral falho. Na magistratura há mais de 17 anos, Márlon Reis sustenta estar exercendo, por meio da obra, o “direito à liberdade científica” e diz que suas críticas são dirigidas a uma parte dos deputados, os que se elegem por meio de desvio de recursos e de abuso de poder econômico, e não à toda Câmara dos Deputados.
Márlon Reis diz que os deputados que o criticaram não leram o livro. E reforçou que não fez “nenhum tipo de generalização”. “Não digo que maioria dos deputados tenha sido eleita de forma corrupta. Não sei dizer quantos”.
Excedente e anonimato
Sob a condição de anonimato, os entrevistados por Márlon informaram que vários parlamentares, por exemplo, apresentam emendas ao Orçamento da União e, depois, exigem das prefeituras beneficiárias um “excedente” para si. Márlon não menciona nomes dos políticos envolvidos em casos de corrupção. O juiz afirma que não pode fazer isso por causa do pacto pelo anonimato com suas fontes. “Não estou denunciando um ou dois deputados. Estou denunciando o sistema eleitoral que permite a eleição de desonestos”.
Márlon Reis diz que aceita prestar informações aos deputados na Câmara caso seja convidado. Ele adianta que pode dar detalhes sobre os fatos, mas 
sem
 revelar nomes, como defenderam os deputados indignados. “Mostrarei tudo o que foi descoberto. Posso apresentar, por exemplo, transcrições de depoimentos”, disse o juiz.
Pesquisa e ficção
O juiz mantém todas as afirmações que fez à emissora de televisão, mas reforça que não é representante da TV Globo. “Tudo o que eu falei e apareceu na entrevista, eu mantenho. Até porque todas as minhas observações e conclusões decorrem de pesquisa. Agora, não sou porta-voz da Globo para defender a matéria. Posso defender o meu livro e minha participação na matéria”.
Ele reforça que a pesquisa resultou em uma obra de ficção. “O livro não é jurídico, não é daciência política, mas uma obra de ficção. O objetivo não é denunciar pessoas, mas os pontos frágeis do sistema. Por isso há um personagem fictício que permite que a sociedade visualize o tipo de político que estou retratando”.
Veja abaixo a entrevista do juiz ao Congresso em Foco:
Congresso em Foco – Como o senhor avalia a reação da Câmara?
Márlon Reis – Não houve calúnia. É uma reação que não me preocupa. É impossível alguém ser punido por conceder uma entrevista, publicar um livro, emitir sua opinião, fazer pesquisa. Não me pronunciei como juiz, mas como cidadão e pesquisador. Sou estudante de doutorado em sociologia jurídica e instituições políticas e realizo pesquisa há vários anos sobre comportamento político no Brasil com ênfase na questão de compra de votos. A minha fala é de alguém que conhece o que está falando. O Congresso deveria ter buscado um meio de anunciar medidas para debelar a compra de votos e não anunciar a tentativa de intimidação e perseguição contra quem se pronunciou de forma absolutamente livre e alicerçado na liberdade de expressão.
A partir das informações de que há parlamentares eleitos com base na compra de votos, a Câmara deveria ter anunciado a adoção de medidas para evitar que isso aconteça. E não anunciado perseguição a quem demonstrou que essas coisas acontecem. Então, em nenhum momento, eu generalizei. Isso é uma afirmação falsa. Não fiz nenhum tipo de generalização. O que estou afirmando, no livro O nobre deputado, é que parte dos deputados foi eleita de forma antidemocrática, com base no abuso de poder político ou de desvio de recursos de governo. Isso eu faço com base em pesquisa sociológica. Após levantar dados tão duros e cruéis, decidi que não era justo permitir que isso virasse apenas um volume arquivado na prateleira de uma universidade. Decidi levar essas informações a público para atingir o número máximo de pessoas. O Cândido Peçanha, deputado fictício que protagoniza o livro, é uma representação dos políticos desonestos que precisam ser afastados do Parlamento. Não é uma representação de todos os deputados, mas de um tipo de parlamentar descrito no livro. Por isso, não é justo e nem correto afirmar que eu tenha generalizado.
Já é de conhecimento geral que empreiteiras financiam com a finalidade de obter benefícios indevidos e já está demonstrado em diversas pesquisas acadêmicas. A relação antirrepublicanaentre empresas e candidatos apoiados por elas já está identificada em pesquisa. Então, todas essas informações deveriam levar o Parlamento a anunciar um pacote de medidas para evitar que isso continue acontecendo e não a reagir da forma eloquente como fizeram contra mim.
Os deputados reclamaram que o senhor não cita o nome de ninguém. O senhor poderia citar nomes?
Fiz isso de propósito. Não estou denunciando um ou dois deputados. Estou denunciando o sistema eleitoral que permite a eleição de deputados desonestos. E deputados desonestos aprenderam a utilizar esse sistema para serem eleitos. Por isso, o personagem é fictício. Ele serve para demonstrar as fragilidades do sistema. É por isso que é muito preocupante que as críticas tenham sido feitas de forma tão acentuadas por pessoas que nem sequer leram o livro. Pessoas que não sabem qual o propósito do livro decidiram representar contra mim no CNJ por conta da redação de um livro que eles não leram. Eu sinceramente fiquei muito surpreso [com as críticas]. O personagem não é fictício para ocultar alguém que deva ser denunciado. É um personagem para ajudar os brasileiros a compreenderem quais são as falhas do sistema. A minha denúncia se refere ao sistema eleitoral vigente, que é ruim, está defasado, não corresponde ao Brasil do século 21 e contribui para que tenhamos uma política permeável à participação de pessoas que praticam atos ilegais para chegar ao poder. De maneira alguma isso representa uma generalização.
O senhor diz que se deparou, na pesquisa, com vários casos de corrupção. Chegou a encaminhar ou vai encaminhar algum para o Ministério Público, por exemplo?
De maneira nenhuma. Eu estava fazendo investigação sociológica, pesquisa científica. Seria antiético, de minha parte, revelar o teor dessas conversas. Como cientista social, afirmei aos meus entrevistados que eles estariam amparados pelo manto do anonimato e que as informações só teriam utilidade acadêmica e que não seriam reveladas, inclusive sob pena inclusive de colocar em risco a vida dessas pessoas. Não se trata de depoimentos que colhi como magistrado. Foram entrevistas feitas por um cientista social com os privilégios da investigação científica. Embora não contenha denúncias contra pessoas, o livro vai facilitar a identificação, pelo Ministério Público e pela Justiça, da prática de atos de corrupção eleitoral.
O livro não é jurídico, não é da ciência política, mas uma obra de ficção. O objetivo não é denunciar pessoas, mas os pontos frágeis do sistema. Por isso há um personagem fictício que permite que a sociedade visualize o tipo de político que estou retratando.
Atualmente, o Ministério Público e a Justiça ainda têm dificuldades para identificar e comprovar corrupção eleitoral?
Sim. Muita. O presidente da Câmara, Henrique Alves, insistiu que deputados não executam nada [obras, por exemplo]. De acordo com meus entrevistados, vários parlamentares exigem do Executivo, as prefeituras que recebem o dinheiro das emendas [apresentadas pelos parlamentares ao Orçamento da União], um excedente. Daí o superfaturamento ou que a obra seja feita de forma inadequada para sobrar dinheiro que vai voltar para os deputados. O dinheiro vai todo para o Executivo mas, quando chega na prefeitura, o prefeito tem o pacto de repassar pelo menos 20% do montante ao deputado. Não estou dizendo que todos fazem isso. Mas, conforme a minha pesquisa, há deputados que fazem. O dinheiro é repassado em espécie para não permitir a fiscalização. Só uma operação policial muito sofisticada para conseguir flagrar essa situação.
O senhor vai tomar alguma providência diante da reação da Câmara ou vai aguardar notificação do CNJ se houver?
Eu respeito a manifestação da Câmara, mas, para mim, não muda nada. Vou continuar com minha agenda normal. Farei o lançamento oficial do livro. Se a Câmara protocolar a representação, verei as medidas adequadas. Tenho 17 anos na magistratura, nunca recebi uma advertência e nenhuma outra punição. Respondi a inúmeras representações porque sempre fiz o que estou fazendo. Todas foram arquivadas porque não havia irregularidades. Essa [da Câmara] é mais uma delas. Tenho certeza de que não serei punido por ter publicado material de uma pesquisa.
O vice-presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia, sugeriu que o senhor vá à Casa para conversar com eles e apresentar nomes de envolvidos em casos de envolvidos em casos de corrupção. O senhor aceitaria essa proposta?
A Câmara é o centro da democracia. Tenho alta admiração pela Câmara. Já estive muitas vezes na Câmara para ser ouvido. Já participei de audiências públicas e reuniões com parlamentares. Vou falar sobre o livro quando quiserem. Só não revelarei os dados irreveláveis por conta da maneira como foram coletados. Mas mostrarei tudo o que foi descoberto. Posso apresentar, por exemplo, transcrições de depoimentos. O juiz Márlon Reis julga casos. Mas o pesquisador Márlon Reis está preocupado com as fragilidades do sistema. Enfatizo que não generalizei, estou apresentando fragilidades que têm permitido que uma parte dos deputados seja eleita de forma não republicana. E também não estou recuando na minha posição. Acredito no Parlamento e estou falando em defesa do Parlamento.
Ao menos um dos deputados disse que o senhor achacou a Câmara.
Não achaquei. Protegi. Eu lancei um alerta de proteção. Quem achaca a Câmara é quem pratica corrupção. Quem está afetando a imagem da Câmara não sou eu. A imagem da Câmara está afetada por um descompasso entre os que estão lá e a sociedade. Esse descompasso decorre do fato de termos um sistema eleitoral ruim que precisa ser superado.
Na sua avaliação, das possibilidades para reforma política, quais as medidas mais urgentes?
Defendo a proibição de doações por empresas. Elas são a porta da ilicitude. O começo da corrupção política está nas doações empresariais. Defendo modelo de votação em dois turnos para o Parlamento, para se votar primeiramente no partido e depois em um pequeno número de candidatos para compor as cadeiras em proporção obtida por cada partido. Mas o principal é acabar com as doações empresariais. A maioria do próprio Supremo Tribunal Federal (STF) já reconheceu que esse tipo de doação é até inconstitucional.
Henrique Alves afirmou que “a reportagem divulgada pelo Fantástico desestimula o exercício da cidadania e, ao contrário do seu objetivo, reforça a ideia de que a política de nada serve à população brasileira”. Como o senhor vê essa opinião?
O que desestimula a participação política e a cidadania são os desvios dos líderes políticos. Minha fala motiva aqueles que acreditam na melhoria vejam exatamente onde estão as práticas que queremos superar para, com mais facilidade, descobrir como vamos debelá-las.
Tudo o que eu falei e apareceu na entrevista, eu mantenho. Até porque todas as minhas observações e conclusões decorrem de pesquisa. Agora, não sou porta-voz da Globo para defender a matéria. Posso defender o meu livro e minha participação na matéria.
Ao menos um deputado o acusou de ter feito, na reportagem, propaganda do livro. Como o senhor responde a isso?
Isso não merece resposta.
Os deputados demonstraram muita indignação. No entanto, em geral, a figura do parlamentar está realmente associada à corrupção por conta do número de escândalos que acontecem no país frequentemente. Como o senhor avalia isso?
legislação é frágil e facilita tudo que foi mostrado na reportagem. Não digo que maioria dos deputados tenha sido eleita de forma corrupta. Não sei dizer quantos. Mas se houvesse apenas um eleito dessa maneira, como conto no livro, isso já deveria ser motivo para uma grave comoção social. Um parlamentar não é uma pessoa comum. Ele é representante da sociedade.
O senhor considera que a Câmara não anuncia medidas para alterar esse quadro porque não há interesse em mudar o sistema já que os parlamentares acabam se beneficiando desse sistema?
Concordo com isso. Inclusive ouvi de um deputado federal da atual legislatura que não houve impasse sobre reforma política. Mas, sim, uma decisão de não fazer. A maioria quis não fazer e manter as coisas como elas estão. Uma parte pode não querer reforma política porque se utiliza do modelo para obter mandato de forma ilegal. Outra parte não obtém o mandato de forma ilegal, mas já está acostumada com as regras. De fato, isso só vai ser rompido quando a sociedade brasileira perceber o que está em jogo. Na verdade, há uma inversão de valores. Alguns parlamentares agem como se eles fossem um presente para a sociedade e que a sociedade deve servi-los. Mas, na verdade, o Parlamento e o sistema eleitoral devem estar submetidos ao desejo da sociedade. A sociedade precisa despertar para cobrar. A lei da Ficha Limpa só foi aprovada por pressão popular. E a mesma coisa vai ser com a reforma política. Um deputado disse que não foi a sociedade que fez a lei da Ficha Limpa, mas o Congresso. Ora. Se não fossem as assinaturas coletadas e o apoio nas redes sociais e dos meios de comunicação e de outros, a lei não existiria. Não foi uma iniciativa do Parlamento. Só foi aprovada por causa da força da sociedade.