Petrobras, lama fétida no ventilador
Para quem prometeu dar luta sem trégua à corrupção e à impunidade, é inaceitável a iniciativa da candidata-presidente Dilma Rousseff, de tentar impedir que a opinião pública e o eleitorado tenham conhecimento das revelações sobre o quanto gente no comando da Petrobras se dedicou a roubar, roubar, roubar.
A grande fonte sobre as falcatruas na estatal – que a campanha de Dilma busca agora, a todo custo, desautorizar -, é o mesmo diretor Paulo Roberto Costa que após renunciar ao cargo foi elogiado por todos os representantes do governo no Conselho de Administração da Petrobras, em maio de 2012. Aprovado o novo nome para a direção da Petrobras, a ata registra: “Outrossim, determinou o registro dos agradecimentos do colegiado ao diretor que deixa o cargo (Costa), pelos relevantes serviços prestados à companhia no desempenho de suas funções”.
Hoje, ou talvez amanhã, a campanha da candidata do PT deve entrar com recurso junto ao ministro do STF Teori Savascki e ao Procurador Geral Eleitoral, Rodrigo Janot, para tentar bloquear o jorro de lama fétida que é lançado a cada dia sobre o PT e partidos aliados. Por qualrazão? Pelo forte impacto que os vídeos e a transcrição dos depoimentos corrupção na Petrobras estão produzindo sobre a campanha de Dilma. É, caros leitores e leitoras, os vídeos com a lama da realidade estão atrapalhando a mensagem transmitida pelos vídeos de ficção da campanha petista, que mostra o Brasil como um mundo maravilhoso, róseo-azulado, à la Disney.
O PT tentou silenciar o juiz Sérgio Moro, responsável pelo processo das operações Lava Jato. Em resposta, o partido da Presidente teve de engolir, com casca e tudo, a nota da Justiça Federal do Paraná. As denúncias sobre a roubalheira na Petrobras que estão por aí circulando não resultam de “vazamentos” mas do fato de que as “referidas ações penais não tramitam em segredo de justiça e, portanto, por força dos mandamentos contidos nos artigos 5º, inciso LX, e 93, inciso IX da Constituição Federal de 1988, estão sujeitas ao princípio da publicidade”.
Acostumado a mandar em tudo, a fazer e a desfazer, sem prestar contas a ninguém, o governo do PT vai agora recorrer ao ministro Teori Savascki . Ele é ministro do STF desde novembro de 2012 (foi nomeado pela presidente Dilma, na vaga aberta pela aposentadoria do ministro Cezar Peluzo). Trata-se de juiz sério, com dez anos de brilhante trajetória no STJ. (Diário do Poder)
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