quinta-feira, 18 de setembro de 2014

"Dona" Marina incomoda o grande chefe Lula

Marina Silva
Marina Silva





LUÍS AUGUSTO GOMES
Acostumado a navegar em águas tranquilas com sua fama de teflon, em que nada pega, o ex-presidente Lula não esperava a reação de Marina Silva, que partiu pra cima dele, ao contrário de José Serra, que em 2010 criticou a oponente direta, Dilma Rousseff, mas deixou passar ao largo seu mentor.

"Eu colocava a camisa do Lula e ia combater cada preconceito que era lançado contra ele", disse a candidata do PSB, justamente ressentida com os métodos utilizados pela campanha de Dilma visando a sua “desconstrução”, como modernamente se denomina o ataque sórdido.

Lula, que não sabia o que se passava um andar abaixo do seu no Palácio do Planalto, tentou a dissimulação de sempre, traindo-se, entretanto, com a inconsistência recorrente de suas argumentações.

“A dona Marina não precisa contar inverdades a meu respeito”, proclamou. E depois: “Nunca falei mal da dona Marina”. Tentativa evidente de fazer-se de vítima, invertendo os papéis.

Ora, o tratamento supostamente reverencial é um ato falho que encerra a carga do desprezo que, na verdade, nutre pela valorosa ex-companheira, agora alçada à condição de forte adversária.

Marina, para ele, nunca foi “dona”, título que agora se impõe como uma demarcação irônica da distância que dela quer manter. Uma imitação de respeito que significa exatamente o contrário.

Se correr o bicho pega - A estratégia da presidente Dilma e acólitos de bater sem medida em Marina é a única que lhes restava para evitar a derrota no primeiro turno.

Vale como lenitivo. No segundo turno, os tempos de rádio e TV serão iguais, e se pode adiantar: o discurso de Marina contra o PT é consistente, apenas se perde no pouco espaço do PSB.

Talvez venha a ser suficiente (o discurso) para convencer o eleitorado, sem precisar do espólio de Aécio Neves (PSDB), que jura ser o petismo “um ciclo a ser encerrado” no país.

Por exemplo - O PT quer processar Marina por declarações que, no entendimento do partido, atingem gravemente a presidente Dilma.

Essa briga é desproporcional. Marina disse apenas não merece confiança “um partido que coloca por 12 anos um diretor para assaltar os cofres da Petrobras”. (Por Escrito)

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