sexta-feira, 2 de maio de 2014

Falsa calmaria é como “Guerra de Trincheiras” PT x PMDB

 A crise PT x PMDB – que contaminou a relação do Planalto com o Congresso – parece ter entrado em um período de (quase) trégua. Renan Calheiros, fortalecido no processo, se tornou uma espécie de salvaguarda do governo de que não haverá grandes surpresas e o vice, Michel Temer, trabalha para recompor seu prestígio no partido, ferido durante o embate encarniçado que dominou a esplanada e se alastrou pelo país. Tudo, porém, pode não passar de uma parada para água. Nenhuma disputa aguenta muito tempo sem uma pausa para respirar e observar com calma o tabuleiro. Que, no caso dos dois combatentes, segue embaralhado. A disputa nos principais estados, como Rio e Bahia, segue acirrada, mesmo que personagens como o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) estejam aparentemente quietos. Trata-se, na verdade, de uma “Guerra de Trincheiras”, onde os combates são intercalados com períodos de falsa calmaria. Lindbergh não se conforma com o afago feito pela presidente Dilma Roussef no governador Sérgio Cabral e no seu vice, Luiz Fernando Pezão, adversário de Lindbergh na disputa pelo Guanabara. A frase de que ele seria uma “invenção do Lula” feita diretamente para o principal adversário teve o efeito de um tapa na face do petista, que ainda não deixou de arder. Na Bahia, outro movimento também não passou despercebido no Planalto. O peemedebista Geddel Vieira Lima convidou, para a festa de debutante de sua filha o principal incendiário da crise, o deputado federal Eduardo Cunha, líder do partido na Câmara, mas “esqueceu” de convidar o governador Jaques Vagner (PT). Geddel praticamente já está com os dois pés na chapa do oposicionista DEM, sob a batuta do prefeito ACM Neto. Faltam apenas três meses para o início da campanha. Será um período de muita movimentação nos estados, afinal, ninguém quer ficar de fora. Como não tem lugar para todos, a briga promete não apenas voltar com força, como invadir o período eleitoral, que promete ser um dos mais bélicos das últimas décadas. E aí, os inimigos deixam as trincheiras e a guerra entra na fase mais sangrenta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário