Romulo Faro_Bahia 247 - Prefeito de Camaçari, maior cidade da Região Metropolitana de Salvador, Ademar Delgado, do PT, disse em entrevista exclusiva ao Bahia 247 nesta quinta-feira (8) que a mídia e os órgãos de fiscalização estão tratando as irregularidades apontas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no governo da presidente Dilma Rousseff "como se fossem uma invenção".
Ademar se baseia na sua experiência política e em argumentos de juristas para dizer que não vê risco de a presidente sofrer impeachment com o que tem posto pela oposição até aqui. "Creio que não há base para nada disso".
O prefeito avalia que "a elite" não aceita as mudanças sociais feitas por Lula e Dilma ao longo destes 13 anos e que a oposição e "setores da mídia" intensificam o clima de ódio que paira sobre o Brasil.
Ele diz ainda que o PMDB, como maior partido da base, tem o dever de ajudar Dilma a restabelecer a segurança política para que o País volte a se desenvolver.
Impeachment
Creio que não há base. Eu tenho lido alguns juristas e vejo que eles têm posição contrária, porque se um fato aconteceu num mandato anterior, o que pode acontecer é ser gerado um processo de inelegibilidade. O problema dessa coisa toda é que a insegurança política traz a insegurança econômica. Mas não creio que haja base para impeachment. Dilma é uma pessoa muito séria, uma pessoa honrada. Houve alguns problemas que eram práticas que sempre existiram no Brasil e era tudo aceito pelos tribunais. Então, ela não inventou a roda. Algumas coisas que aconteceram, que apelidaram de pedaladas, isso já vinha acontecendo. Mas agora estão tratando como se fosse uma invenção.
Um peso e duas medidas?
A eleição de Lula representou uma ruptura, e a eleição de Dilma é o seguimento disso. O PT fez políticas sociais jamais vistas neste país. Hoje não temos mais o problema da fome, da miséria. Claro que temos ainda pessoas que vivem com dificuldades, mas tiramos 50 milhões de pessoas da linha de extrema pobreza. A elite não aceita isso. Os órgãos de imprensa, os empresários de imprensa, os órgãos fiscalizatórios, foram estruturados anteriormente ao governo Lula. Então há aí um sentimento de parte desses segmentos de não aceitação das mudanças sociais. É natural que num regime democrático você tenha posições antagônicas. Acho que eles estão errados, mas a gente tem que respeitar a democracia.
PMDB – problema ou solução?
Espero que seja solução, porque o PMDB é o maior partido da base. O PMDB tem o vice-presidente da República (Michel Temer), tem os dirigentes da Câmara dos Deputados (Eduardo Cunha) e do Senado (Renan Calheiros). Então o que se espera é que com esse novo espaço no governo, eles deem uma tranquilidade política. Se essa tranquilidade vier, com certeza a economia melhorará.
CPMF ajudaria?
Todo imposto é impopular. Ninguém gosta de pagar imposto. O que temos ouvido das figuras notáveis da área da saúde é que a saúde está subfinanciada, que precisa de uma fonte de receita. A CPMF é um imposto que tem alguns aspectos importantes. Primeiro, é um imposto direto. Ou seja, você será taxado a partir da sua movimentação financeira. E também tem um caráter fiscalizatório que eu acho que essa é que é a grande rejeição de parte da sociedade, porque a CPMF permite que o governo tenha acesso à movimentação financeira e poderá pegar muito caixa 2 por aí, mesmo de quem não declara imposto de renda. A grande resistência é essa. Óbvio que vindo a CPMF e ampliando a participação dos municípios, ela será bem vinda. Agora, nós temos a dificuldade de ordem política nacional, porque ninguém é a favor de imposto nenhum.
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