terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Deputado mais rico é acusado de fazer fortuna com calotes

Alfredo Kaefer (PSDB-PR) é alvo de três inquéritos e uma ação penal no STF, com suspeitas de enriquecimento ilícito. Dívida do tucano seria dez vezes maior do que seu patrimônio declarado


Divulgação/Arquivo pessoal
Milionário, mas por causa de calotes e manobras patrimoniais, diz revista
Reportagem da revista IstoÉ deste fim de semana informa que o deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR), o mais rico entre os parlamentares eleitos para a Câmara, teria acumulado fortuna às custas de calotes em credores e manobras no patrimônio da própria família. Dono de um patrimônio declarado de R$ 108,5 milhões – grande parte desse montante proveniente do aglomerado que reúne frigorífico, seguradora e veículos de comunicação –, Kaefer é alvo de três inquéritos e uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF), dois dos quais em estágio avançado, frutos de investigações sobre indícios de enriquecimento ilícito.
Segundo a IstoÉ, a suspeita mais recorrente nas investigações, conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF) no Paraná em conjunto com a Polícia Civil, é a de que Kaefer enriqueceu graças a calotes em credores e a uma série de manobras contábeis no patrimônio familiar com o objetivo de salvar seus bens empenhados em execução judicial. Segundo o MPF, a soma das dívidas de Kaefer com credores e instituições financeiras ultrapassa R$ 1 bilhão, considerados juros e multas – dez vezes o patrimônio declarado pelo deputado tucano.
Como este site mostrou com exclusividade em julho de 2012, Kaefer compõe o grupo de quase duas centenas de parlamentares com complicações no STF. Na ocasião, há dois anos, o deputado estava às voltas apenas com o inquérito que apurava abuso de poder econômico (crimes eleitorais), e alegou que suas contas haviam sido aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná.
“O mais delicado dos processos é o inquérito 3678/2013, relatado pelo ministro Marco Aurélio Mello. Composto de diligências policiais e depoimentos de testemunhas, o caso caminha rapidamente. No dia 13 de agosto, o deputado foi chamado a depor sobre o pedido de recuperação judicial das empresas de um dos seus grupos, o Diplomata, mas não compareceu. Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, há indícios de que a falência foi fictícia e serviu apenas para não pagar a credores do grupo, pois a mesma empresa fez doações para a campanha política do deputado e ainda transferiu mais de R$ 27 milhões para sua conta pessoal. Dias antes do pedido de recuperação, Kaefer se retirou da sociedade, deixando sua mulher na administração”, diz trecho da reportagem da IstoÉ.
“Para o MP, foi uma tentativa de evitar que seu patrimônio fosse considerado parte do processo. ‘Tudo leva a crer que a retirada de Alfredo Stoffels Kaefer das sociedades foi um ata meramente formal, cujo fim era ludibriar credores e permitir operações e manobras’, concluiu Janot”, acrescenta a revista, acrescentando que Kaefer virou réu no STF, em setembro, por fraude do sistema financeiro. A acusação aponta crimes de gestão fraudulenta, empréstimo dissimulado e fornecimento de informação falsa ao Banco Central. Ele nega as acusações.
Leia a íntegra da reportagem intitulada Riqueza suspeita

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