"Eu não estou preocupada com o que acha ou não o PT. Estou preocupada em responder o que a sociedade espera de mim", afirma a senadora e pré-candidata ao governo da Bahia, Lídice da Mata
7 de Abril de 2014 às 19:12
¶ ia 247 - Pré-candidata ao governo da Bahia vista como possível 'zebra' nas eleições deste ano, a senadora Lídice da Mata, do PSB, volta a justificar sua assinatura ao requerimento de instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar denúncias de recebimento de propina e de irregularidades na compra da fatídica refinaria de Pasadena, nos EUA, em 2006, quando a estatal tinha à frente seu conterrâneo José Sérgio Gabrielli.
Em entrevista ao site Bocão News, Lídice afirma que há "muita preocupação com a empresa mais importante do Brasil" e que "a sociedade deseja" instalação da CPI no Congresso.
Senadora que se elegeu pela chapa de Jaques Wagner em 2010 e que teve seu partido, o PSB, no governo até dezembro último, justifica que sua candidatura não significa oposição e critica o PT por querer "se manter como líder de um projeto que é de muitos partidos".
Abaixo principais trechos e aqui a entrevista completa de Lídice da Mata ao Bocão News.
A senhora assinou requerimento para criação da CPI da Petrobras. Isso teria deixado os petistas irritados. Foi uma saia justa para a senhora?
Eu não estou preocupada com o que acha ou não o PT. Estou preocupada em responder o que a sociedade espera de mim. Eu tive dúvida sobre a assinatura da CPI da Petrobras, estava preocupada em defender a Petrobras e não deixar a fragilizar, com receio de que a investigação tivesse conteúdo eleitoral. Também compreendo que para dar transparência a sociedade as indagações sobre o melhor caminho e de que maneira gestão do PT mostra que não tem medo da investigação significa defender a Petrobras. Eu tenho por Gabrielli admiração, respeito e confiança. Isso não quer dizer que nada tenha que ser investigado porque eu tenho convicção individual. Meu partido fechou questão, nessa medida eu tenho dever de assinar, como senadora da Bahia, independentemente da posição dos outros senadores, que são meus companheiros de jornada. Acho que eu respondo a uma parte da sociedade baiana que deseja a assinatura. Recebi inúmeras manifestações em apoio a essa decisão.
A senhora pleitearia ser a candidata da base?
Eu pleiteei antes disso. O PSB apresentou minha candidatura. Defendi que o governo tivesse outro partido para liderar o projeto político, um outro partido é sempre importante porque tem outra visão do mesmo projeto, é possível modificar as visões, uns acentua em cosia outros acentuam em outra. Acho que foi equívoco que o PT tenha optado por manter-se à frente de projeto que era de muitos partidos.
Marca do PT que não deixe que outros partidos cresçam, ascendam?
É do PT, mas é do velho fazer política no Brasil. Aquela história de que o partido que está no poder não pode abrir mão do poder. Se chegar ao poder sozinho pode até ter esse discurso, mas o PT não chegou sozinho nem no Brasil e nem na Bahia. O PT chegou com a força de muitos partidos e lideranças políticas tornam isso possível. Lula sempre foi líder grande, o mais forte da oposição do Brasil, saindo da ditadura militar, da esquerda, mas nuca se elegeu presidente, apenas na quarta vez quando foi capaz de se juntar ao máximo de lideranças e partidos para apoia-lo. O processo político é assim. Ele se dá numa agregação de valores. Começa pequeno, mas vai se ampliando. Na hora em que o governo decide que o candidato à prefeitura de Salvador tem que ser do PT, que o candidato à sucessão tem que ser do PT o processo fica estreito.
Em entrevista ao site Bocão News, Lídice afirma que há "muita preocupação com a empresa mais importante do Brasil" e que "a sociedade deseja" instalação da CPI no Congresso.
Senadora que se elegeu pela chapa de Jaques Wagner em 2010 e que teve seu partido, o PSB, no governo até dezembro último, justifica que sua candidatura não significa oposição e critica o PT por querer "se manter como líder de um projeto que é de muitos partidos".
Abaixo principais trechos e aqui a entrevista completa de Lídice da Mata ao Bocão News.
A senhora assinou requerimento para criação da CPI da Petrobras. Isso teria deixado os petistas irritados. Foi uma saia justa para a senhora?
Eu não estou preocupada com o que acha ou não o PT. Estou preocupada em responder o que a sociedade espera de mim. Eu tive dúvida sobre a assinatura da CPI da Petrobras, estava preocupada em defender a Petrobras e não deixar a fragilizar, com receio de que a investigação tivesse conteúdo eleitoral. Também compreendo que para dar transparência a sociedade as indagações sobre o melhor caminho e de que maneira gestão do PT mostra que não tem medo da investigação significa defender a Petrobras. Eu tenho por Gabrielli admiração, respeito e confiança. Isso não quer dizer que nada tenha que ser investigado porque eu tenho convicção individual. Meu partido fechou questão, nessa medida eu tenho dever de assinar, como senadora da Bahia, independentemente da posição dos outros senadores, que são meus companheiros de jornada. Acho que eu respondo a uma parte da sociedade baiana que deseja a assinatura. Recebi inúmeras manifestações em apoio a essa decisão.
A senhora pleitearia ser a candidata da base?
Eu pleiteei antes disso. O PSB apresentou minha candidatura. Defendi que o governo tivesse outro partido para liderar o projeto político, um outro partido é sempre importante porque tem outra visão do mesmo projeto, é possível modificar as visões, uns acentua em cosia outros acentuam em outra. Acho que foi equívoco que o PT tenha optado por manter-se à frente de projeto que era de muitos partidos.
Marca do PT que não deixe que outros partidos cresçam, ascendam?
É do PT, mas é do velho fazer política no Brasil. Aquela história de que o partido que está no poder não pode abrir mão do poder. Se chegar ao poder sozinho pode até ter esse discurso, mas o PT não chegou sozinho nem no Brasil e nem na Bahia. O PT chegou com a força de muitos partidos e lideranças políticas tornam isso possível. Lula sempre foi líder grande, o mais forte da oposição do Brasil, saindo da ditadura militar, da esquerda, mas nuca se elegeu presidente, apenas na quarta vez quando foi capaz de se juntar ao máximo de lideranças e partidos para apoia-lo. O processo político é assim. Ele se dá numa agregação de valores. Começa pequeno, mas vai se ampliando. Na hora em que o governo decide que o candidato à prefeitura de Salvador tem que ser do PT, que o candidato à sucessão tem que ser do PT o processo fica estreito.
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