sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Impeachment: Lula e Rui Falcão derrotam Wagner


Foto: Manu Dias/Secom/Arquivo
Wagner lutou até o final para fazer com que o PT apoiasse Cunha, evitando a abertura do impeachment
A abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) por parte do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), marcou uma profunda derrota do ministro chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. A bancada baiana e o Congresso são testemunhas do esforço descomunal empreendido pelo ex-governador da Bahia na tentativa de evitar que Cunha abrisse o processo contra a presidente.
Nas últimas horas, Wagner teve várias reuniões com o deputado André Moura (PSC-SE), sem dúvida alguma o parlamentar mais íntimo do presidente da Câmara. A última e mais longa delas foi hoje antes do almoço. O problema é que Wagner não controlava os votos dos três deputados do PT na Comissão de Ética, ao final e ao cabo liberados pelo presidente do partido, Rui Falcão, para votar pela cassação de Cunha.
Agora à noite, não havia mais dúvidas de que Falcão jogou junto com Lula em todo o episódio. Determinados a salvar o que resta de imagem do PT, na expectativa de que o ex-presidente possa voltar a comandar o país em 2018, os dois levaram o partido a chutar o pau da barraca certos de que a reação de Cunha seria a que se seguiu: avançar contra Dilma como se não houvesse amanhã.
Com uma depressão econômica se instalando no país, fatos emergentes da Operação Lava Jato envolvendo cada vez mais gente do PT e do governo e uma completa paralisia administrativa, o impeachment de Dilma é algo mais provável do que se imagina. Ficar na oposição ao seu virtual substituto, o peemedebista Michel Temer, é tudo o que Lula e os petistas de verdade desejam.
Simplesmente, porque ela é um caso perdido, um barco à deriva, sem salvação ou possibilidade de resgate à vista. Com ela fora do jogo, Lula pode almejar retornar ao poder em 2018 com aquele velho discurso de Salvador da Pátria de quem vai tirar o país da depressão e fazer o pobre viver melhor. A menos que ele seja colhido também pela Lava Jato. Mas nisso ele e os petistas não estão pensando neste momento.

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