Sócio do empresário Julio Camargo, que
está leiloando seus 130 cavalos puro sangue inglês para poder devolver R$ 40 milhões aos cofres públicos, o executivo Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, da Toyo Setal, acaba de jogar água no moinho dos que sonham com o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Em depoimento por acordo de delação premiada, em Curitiba, ele disse que doações de aproximadamente R$ 4 milhões foram feitas no caixa oficial do PT entre 2008 e 2011. Os recursos teriam origem, em parte, em que envolveria o ex-diretor de Engenharia da Petrobras, Renato Duque.
O PSDB é o partido mais interessado na tese da criminalização das doações ao caixa oficial da campanha petista. Ela pode apoiar o ministro Gilmar Mendes a impugnar as contas de campanha da candidata à reeleição, embora o caso específico não tenha relação com as contas da eleição de 2014. Uma barração de Gilmar representaria a largada para uma corrida processual pelo impeachment.
Segundo Mendonça Neto, as doações eram feitas por meio das empresas Setec Tecnologia, a PEM Engenharia e a SOG Óleo e Gás. Auxiliares do governo e do PT veem o novo fato da delação como parte de um "roteiro" dos investigadores da Operação Lava Jato para envolverem Dilma e o ex-presidente Lula no caso.
Um alvo da Lava Jato deu uma declaração interessante à Folha de S. Paulo: "Para atingir o PT, tem que criminalizar as doações legais. Mas não só as do PT, mas de todos os demais partidos. 'Tem que mudar a lei. Doação para o PT é corrupção e para o PSDB é de fundo de caridade?'", ironizou.
Em texto publicado nesta quarta-feira em seu
blog no 247, a jornalista Tereza Cruvinel afirma que as medidas tomadas por Gilmar Mendes, "inéditas no exame de prestação de contas, são claramente indicadoras das suspeitas que o movem: a de uma conexão entre os principais doadores da campanha, que são empreiteiras, e o esquema de corrupção na Petrobrás". A delação divulgada hoje era o elemento que faltava para a "devassa", como disse O Globo, de Gilmar contra Dilma.
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